Faz alguns anos que a Inteligência Artificial deixou de ser apenas um tema de filmes de ficção científica. Também já foi ultrapassada a fase de que suas descobertas e aplicações estavam restritas aos laboratórios e centros de pesquisa de grandes empresas e universidades renomadas. Entre alguns de seus principais usos práticos, a Inteligência Artificial na telemedicina é talvez uma das formas mais concretas de compreender melhor os benefícios desse tipo de tecnologia.
No Brasil, em meio à pandemia de coronavírus, uma empresa que atua no campo da responsabilidade social corporativa desenvolveu e doou um programa de Inteligência Artificial na telemedicina como forma de permitir a um conjunto de cidades o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas e com suspeitas de Covid-19.
Os três níveis de acolhimento projetados são também algumas das principais aplicações práticas do combo entre IA e telemedicina.
Triagem e plantão de dúvidas
Nesta fase, predomina o uso de chatbots, que são programas de computadores que tentam simular um ser humano na conversação com as pessoas. Esse recurso já é bastante utilizado em sites interativos, e-commerces e mesmo em contas empresariais no WhatsApp.
Na área da saúde, os chatbots são aliados na hora de entender quem é o paciente que está entrando em contato e que tipo de atendimento ele precisa. Se for uma pessoa querendo apenas tirar dúvidas, o próprio programa pode ser capaz de respondê-las. Se for alguém relatando algum tipo de sintoma, o chatbot também é capaz de indicar diagnósticos possíveis e orientações para tratamento.
Naturalmente, isso não substitui a função de médicos e outros profissionais de saúde, mas pode ajudar a diluir o fluxo de trabalho e permitir que as equipes médicas foquem sua atenção em tópicos prioritários.
Teleorientação via chat ou telefone
O segundo nível de atendimento com ajuda da Inteligência Artificial na telemedicina permite o atendimento do paciente que procurou o serviço por meio de um chat ou por uma chamada telefônica. A diferença é que, nesta etapa, pode ser necessária a atuação de um profissional de saúde.
É importante ressaltar que, por mais evoluída, prática e dinâmica que seja a Inteligência Artificial na área da saúde, seu objetivo não é ameaçar ou tomar o lugar dos seres humanos. Pelo contrário, o trabalho conjunto entre pessoas e máquinas beneficia a todos e permite a tomada de decisões mais embasadas ao mesmo tempo em que garante resultados mais eficazes para os pacientes.
Teleconsulta por video chamada
É importante ressaltar que, entre as incontáveis possibilidades da Inteligência Artificial na telemedicina, uma das principais é o processo de tornar os atendimentos de saúde mais acessíveis e democráticos.
Em países de dimensões continentais como o Brasil, onde também há enormes desigualdades de renda e acesso a serviços públicos, a telemedicina pode fazer com que o trabalho de profissionais de saúde chegue em áreas afastadas ou isoladas sem a necessidade de criar toda uma infraestrutura física em cada um desses pontos.
E mesmo nos locais mais desenvolvidos, a telemedicina é uma forma de poupar tempo e recursos, já que consultas de prevenção e acompanhamento médico, por exemplo, podem ser realizadas por meio de videochamadas sem nenhum prejuízo para a qualidade do atendimento.
Outras aplicações da inteligência artificial na telemedicina
- Análise de registros médicos e big data: mesmo antes do desenvolvimento das tecnologias que hoje estão disponíveis, um dos principais objetivos dos serviços de saúde consistia em analisar registros médicos, histórico dos pacientes e analisar informações recebidas. A Inteligência artificial na saúde faz exatamente isso, mas em uma escala muito mais ampla, rápida e precisa, gerenciando enormes quantidades de dados (big data) e fornecendo acesso confiável ao que realmente importa em cada atendimento;
- Automação de tarefas manuais e repetitivas: no campo da medicina diagnóstica, a Inteligência Artificial também é uma grande aliada. Os algoritmos já são capazes de analisar exames de imagem, como tomografias e radiografias, com o objetivo de identificar sinais de algo que não está certo. A expectativa é que, no futuro, esse tipo de atividade fique concentrada nas máquinas enquanto os médicos poderão se dedicar aos casos mais complicados e às emergências.
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